quarta-feira, 3 de novembro de 2010

De repente: um negócio chamado saudade


Saudade de um tempo que não volta. E é isso que o torna significante. O que realmente importa já foi vivido. Sim, há fases da vida que se assemelham àquela paixão eterna: enquanto dura, nós não nos imaginamos um só dia sem aquilo; aí, acaba e pensamos: "nossa, eu aprendi a viver sem"; mas um dia ou outro ocorre umas ideias: "ah, como seria se tivesse durado um pouco mais ou como seria reviver tudo tal como foi?".  São fases cheias de emoções, de aventuras. São fases marcadas por pessoas que mais parecem anjos, tamanha é a sua capacidade de amar, de ajudar, de ensinar. São fases, simplesmente, 
I N E S Q U E C Í V E I S !



Ontem, quando abri e-mail, orkut, twitter, senti uma vontade de rever e reviver aqueles tempos de CEFET. Ah, bons tempos. Hoje - nem mais triste nem mais feliz - ainda sinto uma imensa saudade de uma das melhores épocas de todas que vivi em 19 anos.









O CEFET, pra mim , foi uma escola de vida e, é, por isso, a minha grande e eterna paixão.

 







Como disse Vinícius de Moraes:  

"Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos...

Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido... Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre...

Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nos e-mails trocados...

Podemos nos telefonar... conversar algumas bobagens. Aí os dias vão passar... meses... anos... até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo...

Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto!!! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!

A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para um último adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos...

Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado... E nos perderemos no tempo..."


 




Só sei que bateu aquela saudade. 

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Não era um bicho, era um menino

Hoje, me peguei lembrando de um episódio por mim vivido há algum tempo. Eu tinha 8 ou 9 anos, estava na escola; a aula era de Ética e Cidadania; nunca esqueci que, naquele dia, a professora trabalhou um poema de Manuel Bandeira.



"Vi ontem um bicho

Na imundice do pátio

Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa;

Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,

Não era um gato,

Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem."

Naquela ocasião, eu e meus colegas de turma ficamos perplexos. Não que desconhecéssemos a existência de pessoas que vivem de lixo, contudo, pra mim, enquanto criança, não era comum debater sobre um tema tão forte. Mamãe e vovó sempre diziam: "Menina, coloque no prato apenas o que for comer!" ... Depois daquela discussão em sala de aula, eu devo ter ficado mais cuidadosa quanto à quantidade de comida que era colocada no meu prato...

Hoje, 14 de outubro de 2010, uns dez anos depois de minha primeira leitura de "O Bicho", tive que presenciar uma daquelas cenas que, pra mim, sempre foram e sempre serão tristes e revoltantes. Era quase oito da noite. Eu terminava um lanche no conhecido Sousa do Centro Histórico de São Luís, quando um menininho de 6 ou 7 anos sentou à mesa em frente a minha - o olhar melancólico me partiu o coração - parecia esperar que alguém o oferecesse alguma coisa. Ele não catava comida entre os detritos, mas seu rosto triste parecia implorar por socorro.



Naquele momento, devo ter pensando em meu irmão, que tem 9 anos, e estava em casa, provavelmente assistindo tv ou jogando alguma coisa no computador, após ter feito alguma atividade da escola e jantado. Quando eu chegasse em casa, ele me abraçaria, me contaria alguma novidade e iria dormir, alegre, descansado e bem alimentado. E assim foi...

Quando vejo esses meninos, é que páro pra pensar o quão injusto é o sistema. Eu que não sou rica me pego com uma sensação de alívio, por nunca ter faltado comida em casa e de impotência, por nada poder fazer por pessoas como aquela pequenina que estava ali a minha frente . O que eu poderia ter feito? Eu não posso levá-lo comigo, pagar um lanche talvez resolvesse a fome, maaas... E amanhã? Eu fico triste, revoltada... Eu imagino quanta comida, quanta roupa, quanta oportunidade muita gente por aí joga fora... Eu me revolto um pouco mais... Volto pra casa, pra minha vida normal.

Amanhã sei que vou encontrar outros meninos como o de hoje... Alguns mais crescidos, outros até menores que aquele. Mas todos tão melancólicos e famintos quanto. E a fome deles não é apenas de pão e água, eles precisam de atenção, cuidado; eles precisam de respeito, de dignidade. São crianças com a infância roubada... São crianças que foram obrigadas pela própria vida a sofrer com as imposições de um sistema que tira a dignidade de uns em prol do glamour de outros.

E assim a vida vai passando...






























quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Ainda hoje, a vida

Espero nunca me acostumar a certas coisas...
Que eu não ache normal passar horas pra chegar em casa,
 porque o trânsito estava congestionado.
Que eu não me acostume a trancar as portas dentro de casa,
 pra desabafar via mensagem instantânea com alguém que sequer é possivel tocar.
Que eu prefira frutas ao suco artificial "com sabor de fruta".

Espero nunca me acostumar a ver um jogar no lixo algo que mil outros lutam todos os dias pra conseguir.
Que eu saiba respeitar a dor alheia.
Que eu aprenda com os meus erros e também com os erros de outros.

Eu espero nunca me acostumar com a indiferença de alguém.
Espero saber quebrar o silêncio que incomoda...
Porque a gente se acostuma a calar pra não magoar, a não sorrir por uma mágoa antiga.

Eu espero nunca me acostumar a ver a vida passar.

Que eu prefira a luz solar e as janelas abertas ao ar-condicionado e cortinas.
Que eu não fique com raiva do sol, porque eu queria chuva ou da nuvens, porque eu queria o sol.

Que eu saiba lutar por aquilo em que acredito.
Mas saiba compreender algumas verdade sem que eu me acomode. 


Eu espero aprender a viver antes que venha a morte.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Pra depois(*)



Quase três meses sem uma novidade por aqui. Isso é consequência da mais pura preguiça. Em julho,um amigo fez um elogio, porque eu estava postando com uma certa frequência. Eu devo ter respondido: "Não elogia, que estraga!" E não é que estragou?? :/
Tantas coisas aconteceram. Ideias com certeza não faltaram. Talvez não tenha sobrado tempo. Mas a disposição... Ah, esta sumiu!
Eu prometo a mim mesma - agora, publicamente - que ainda esta semana coloco as ideias no papel. Prometo, prometo, prometo escrever qualquer coisa útil. 
Sim, estou deixando pra depois e dando satisfação a mim mesma.


Até breve!
 
 (*)Trecho da música "Semana que vem", de Pitty

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Para crianças e adultos. Para uma vida inteira.


Quem nunca ouviu/citou: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas", de Antoine de Saint-Exupéry? Pois bem, a famosa frase é apenas uma de um livro que cheio de lições e emoções. Eu, que não sou muito de chorar com filmes e livros, chorei na primeira leitura. E, ainda hoje, tenho a sensação de estar em um outro mundo, refletindo sobre a vida e as pessoas que por ela passam, sempre que releio a obra, seja um trecho seja integralmente. Acho simplesmente mágico como cada leitura possibilita uma nova descoberta, uma nova interpretação. Poético e repleto de ilustrações, O Pequeno Príncipe parece ser um simples livro infantil. Contudo, seus personagens-símbolos e sua linguagem metafórica remetem qualquer adulto com o mínimo de sensibilidade ao misterioso mundo das reflexões. 
Pra quem não conhece, eu conto (e, pra quem já leu uma ou umas vezes - como eu - relembro): 
A estória é contada por um piloto de aviões que, aos seis anos, teve que abandonar o sonho de ser pintor, porque os adultos não compreendiam seus desenhos.  Em uma viagem que fazia sozinho, foi obrigado a pousar no deserto do Saara, devido a uma pane no motor do avião. É no Saara que o piloto conhece o pequeno príncipe, quando, após ter adormecido sobre as areias do deserto, é acordado por uma vozinha, pedindo que ele desenhasse um carneiro. No primeiro contato, aquela figura misteriosa surpreende - aqui, o primeiro momento de emoção: a prova de que, em algum lugar do mundo, haverá alguém para compreender o que tu falas -  o homem, quando este desenha a única coisa que sabia desenhar  e que as pessoas grandes nunca reconheciam: um elefante dentro de uma jibóia, e o principezinho contesta, dizendo não querer o desenho do elefante dentro da jibóia. A partir daí, o homem começa a desvendar os mistérios do príncipe, que desejava levar o carneiro para o seu pequeno planeta, e a construir uma amizade, que despertará naquele desenhista frustrado a vontade de desenhar novamente.
O livro contém vários desenhos feitos pelo piloto. Também por isso, há quem o considere infantil. Porém, é uma estória para todas as idades. O leitor, quando se permite viver o personagem do piloto, tem muito aprender com o principezinho. Na primeira lição, o autor usa como metáfora os baobás, que destruiriam o pequeno planeta do príncipe, caso as sementes da planta não fossem retiradas todos os dias, como destruiu o planeta de um homem preguiçoso, o qual não retirou as sementes enquanto era tempo. "No planeta do principezinho havia, como em todos os outros planetas, ervas boas e más. Por conseguinte, sementes boas, de ervas boas; sementes más, de ervas más. Mas as sementes são invisíveis. Elas dormem no segredo da terra até que uma cisme de despertar. Então ela espreguiça, e lança timidamente para o sol um inofensivo galhinho. Se é de roseira ou rabanete, podemos deixar que cresça à vontade. Mas quando se trata de uma planta ruim, é preciso arrancar logo, mal a tenhamos conhecido." Assim acontece com tudo o que possa haver de ruim na chamada vida real: se um homem deixa a maldade crescer dentro de si, ela cria raízes, até devastar a vida aquela e outras vidas.
O pequeno príncipe revela-se apaixonado pela flor que deixou em seu planeta  Ele não é um homem, mas um cogumelo. Em seguida, lembra: “Minha flor está lá, em algum lugar”. Ele preocupava-se, tinha medo que o carneiro comesse sua flor. "Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla... Mas se o carneiro come a flor, é para ele, bruscamente, como se todas as estrelas se apagassem! E isto não tem importância!"
Durante as conversas com o piloto, o principezinho narra suas várias visitas. Em um asteróide, conhecera um rei, que julgava súditos todos os homens e, por isso, dava ordens até para as coisas mais simples, mesmo que contra a própria vontade; o importante para ele era que suas ordens fossem cumpridas. Ele ensinou ao príncipe: que é preciso exigir de cada um o que é possível dar, porque autoridade repousa sobre a razão, ou seja, “se ordenares a teu povo que ele se lance ao mar, farão todos revolução”. Então, suas ordens eram razoáveis, para que pudesse ser obedecido.
No planeta seguinte, morava um homem muito vaidoso. Para este, apenas interessava ser admirado por seus visitantes. O pequeno príncipe encarou isso como mais uma das estranhezas de gente grande e foi-se embora. Ainda sobre as pessoas grandes, falou de um planeta habitado por um bêbado, que bebia, a fim de esquecer a vergonha de beber. Conheceu também o homem que acreditava possuir estrelas e dedicava-se a conferi-las, isso o fez pensar que as pessoas grandes são, realmente, extraordinárias. E como não falar sobre o acendedor de lampião? Este passava a vida a apagar e acender um lampião; sem falar que tudo o que cabia no planeta era o lampião e o homem. Para o pequeno príncipe, o acendedor fora o primeiro dos vários homens com quem o principezinho faria amizade. "Esse aí, disse para si o principezinho, ao prosseguir a viagem para mais longe, esse aí seria desprezado por todos os outros, o rei, o vaidoso, o beberrão, o homem de negócios. No entanto, é o único que não me parece ridículo. Talvez porque é o único que se ocupa de outra coisa que não seja ele próprio."
Durante sua viagem, encontrou um velho geógrafo que indicou a Terra como um planeta a ser conhecido. E assim o fez. Este foi o sétimo planeta visitado. Ao chegar à imensa Terra, estranhou o ambiente vazio – ele estava no deserto do Saara, onde encontrou uma cobra, uma flor, escalou uma montanha bem diferente do pequeno vulcão do seu planeta de origem, chorou ao descobrir que havia tantas rosas iguais aquela que ele julgava tão especial. Foi, então, que surgiu a raposa, a qual ensinou ao pequeno príncipe o significado da palavra “cativar”, cativando-o. Este talvez seja o trecho mais famoso da obra de Antoine de Saint-Exupéry. Aqui, a raposa diz a célebre frase: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.
Ainda na Terra, encontrou um vendedor de pílulas amenizadoras da sede – “Toma-se uma por semana e não é mais preciso beber” – a fim de economizar tempo. O piloto bebia a última gota de água que lhe restava quando ouviu essa estória. Eles estavam no deserto há oito dias e precisaram caminhar em busca de um poço que saciasse aquela sede. Encontraram o poço, mas não era um apenas um buraco, como se vê nos desertos; era um poço com roldana, corda e balde. O piloto deu de beber ao principezinho e também bebeu daquela água. A despedida dos dois emociona crianças e adultos. Foi uma semana de amizade para o homem e um ano para o principezinho, de acordo com o relógio de seu planeta.
O narrador-personagem torna a estória leve e emocionante, uma vez que ele conta e compartilha aquilo que viveu e convida o leitor a participar daquela estória. As ilustrações são mágicas. A linguagem poética é envolvente. E as metáforas são um convite à reflexão para crianças e adultos. Antoine de Saint-Exupéry mexe com o imaginário de muita gente por todo o mundo com essa obra, que tem cara de infantil, mas que é como um caminho repleto de descobertas e lições para pessoas de todas as faixas etárias. Para quem ainda não leu, eu mais que indico. Para quem leu uma vez, que leia  outras vezes. E quem já releu deve compreender o que eu digo, certo?   

Agora, que eu tenho mais de cinco leitores, até breve, meus queridos!  
Obrigada pela atenção!!! (: 


Amomuitoopequenopríncipe!


quinta-feira, 22 de julho de 2010

Ih, contei!

Enfim, divulgado. Agora, tenho a obrigação de criar alguma disciplina e sentar-me à frente do computador para escrever com alguma frequência. Sinto-me feliz pela reação dos amigos e, claro, espero que estejam sendo verdadeiros em suas colocações a respeito do Nem Tão Longe. Eu sempre tive muito merdo/vergonha de mostrar qualquer coisa escrita por mim. Hoje, até sinto certa leveza ao abrir o blog... Honestamente, não faço ideia de como será ter por obrigação que escrever todos os dias. Isso sem falar em ter que encarar as várias e duras críticas. Mas o Jornalismo me parece aquele grande amor, que encanta mais e mais a cada dia com (e por) suas quedas e descobertas. Por enquanto, é isso...

terça-feira, 1 de junho de 2010

Um lugar de muitos encantos




Era o último domingo de março, 2010, uma amiga me ligou com um convite – assistir ao espetáculo de encerramento da Semana do Teatro no Maranhão, no Teatro Arthur Azevedo. Quando saía de casa, minha sogra disse: “Ah, vale à pena ir ao Arthur Azevedo mesmo que só para ver o lustre”. Isso é verdade. Eu diria que passar pela Rua do Sol e admirar a fachada do Teatro já é algo válido. Mas apreciar um bom espetáculo no segundo teatro mais antigo do Brasil - sua inauguração data de 1817 -  é sempre uma honra.

Situado no Centro de São Luís, o Arthur Azevedo dispõe de 750 lugares, distribuídos em platéia, frisa, camarote, balcão e galeria. Dispõe ainda de sala de coro e de dança, de um salão nobre e um bar. É um lugar para os admiradores do teatro, da dança, da música. É lugar para aqueles que apreciam e valorizam a arte em todos os seus tipos e formas. É um lugar que acolhe e encanta essas pessoas.

Partircularmente, é um lugar que me traz a lembrança de bons momentos com os velhos e grandes amigos. A lembrança do sonho de criança - há uma aspirante a bailarina frustrante dentro de mim. É um lugar onde, mesmo sendo apenas espectadora, posso ver os sonhos fluírem. Mais uma vez, eu, aqui, falando em sonhos...É que o teatro, enquanto arte, envolve os sonhos: É uma forma ultrapassar limites, quebrar regras, ser vários em um só, brincar com o lúdico...

E o teatro, enquanto casa de arte, é um lugar que acolhe esses sonhadores, sejam eles criadores, atores, admiradores. O Arthur Azevedo é, sem dúvida, uma excelente opção para os amantes do teatro, da música, da dança; enfim, das artes...

Texto escrito para a disciplina Técnicas da Notícia e adaptado
(por haver limitação de espaço no trabalho) para o blog.
A proposta da professora foi que fizéssemos um texto leve,
falando do nosso lugar preferido em São Luís.
Entre os muitos lugares que me aconchegam,
o Teatro foi o que melhor se encaixou no pedido...
 Além de ser o que mais me permite sonhar...


Beijinhos.

P.S.: Ainda sem coragem pra divulgar o Nem Tão Longe.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Tocando em Frente

Composição: Almir Sater e Renato Teixeira
 
Ando devagar, porque já tive pressa.
Levo esse sorriso, porque já chorei demais.
Hoje, me sinto mais forte, mais feliz quem sabe...
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei...
Eu nada sei.
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir.
Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente.
Como um velho boiadeiro levando a boiada,
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou...
Estrada eu sou...
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir.
Todo mundo ama um dia.
Todo mundo chora.
Um dia a gente chega
e no outro vai embora.
Cada um de nós compõe a sua história.
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz,
De ser feliz...



Entre as minhas músicas mais-mais ouvidas.
Aquela presente em todos os momentos da minha vida.
Aquela que me estimula a seguir em frente.
Aquela que eu nunca canso de ouvir...
 (: 

terça-feira, 25 de maio de 2010

É normal o que se tornou comum?

“Quando o mal triunfa”. A frase é título de uma matéria divulgada na revista Veja de abril de 2008, e motivada pelos vários crimes que chocaram o Brasil e o mundo no primeiro semestre daquele ano, entre eles, a morte de Isabella Nardoni, provocada por Alexandre Nardoni, o pai da menina, e Anna Carolina Jatobá, a madrasta. A crueldade do caso foi, por inúmeras vezes, comparada à de outro crime, ocorrido em São Paulo, no ano de 2002 - o frio assassinato do casal Manfred Albert Von Richthofen e Marísia Von Richthofen. Os réus: Suzane Louise Von Richthofen, filha das vítimas e mentora do crime; Daniel Cravinhos, Namorado de Suzane; e Christian Cravinhos, irmão de Daniel. Crimes como estes trazem à tona a necessidade de refletir acerca dos valores e da estrutura familiar.
O termo família, de acordo com o Dicionário Aurélio, pode significar: “pessoas aparentadas, que, em geral, vivem na mesma casa, particularmente o pai, a mãe e os filhos”; ou ainda “pessoas unidas por laços de parentesco, pelo sangue ou por aliança”; considerando a união entre as duas definições, compreende-se que pessoas com algum vínculo genético e/ou afetivo e que não necessariamente habitem a mesma casa constituem uma família. O termo pode ainda ser mais abrangente e permitir amigos a inclusão de amigos na lista de parentes. O fato é: em relação aos valores familiares, espera-se que respeito e o amor ao próximo sejam “ingredientes” fundamentais para a construção de um lar harmônico.
Mas o que acontece quando esses elementos são esquecidos? As consequências podem ser trágicas. São crianças maltratadas pelos pais, idosos violentados por filhos e netos, mulheres agredidas física e psicologicamente por aqueles que deveriam ser os seus companheiros. Este último caso é aquele que, apesar de grave, quase nunca recebe a devida atenção. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), pelo menos uma em cada três mulheres no mundo já foi agredida, forçada a ter relações sexuais ou abusada; a violência contra mulheres e meninas já se tornou uma pandemia, presente em todos os países. Os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que 70% das vítimas de assassinato do sexo feminino foram mortas pelos maridos ou namorados.
Em outubro de 2008, mais um crime hediondo atraiu a atenção do Brasil e do mundo: Eloá Cristina Pimentel, quinze anos, foi mantida em cárcere privado pelo ex-namorado Lindemberg Fernandes Alves, com vinte e dois anos na época, que invadiu o domicílio da adolescente, no qual estavam presentes amigos da escola, entre eles Nayara (também de quinze anos). Após 100 horas de cárcere privado, o sequestro chegou ao fim com as duas adolescentes baleadas. Eloá faleceu por morte cerebral e Lindemberg foi detido. Assim, mais uma vida foi encerrada em consequência de atos de violência cometidos por alguém com quem mantinha forte vínculo afetivo. Um caso que traz a necessidade de lembrar a informação de que a cada 15 segundos uma mulher é espancada por um homem no Brasil. O sofrimento causado à mulher violentada é estendido à família como um todo. Afinal, se os genitores demonstram instabilidade afetiva para os filhos, estes também sofrerão de problemas comportamentais.
E por que amor e respeito são esquecidos? O homem como parte da máquina capitalista ou mesmo na luta pela sobrevivência deixou que muitos de seus valores se esvaíssem. Na busca de prosperidade financeira, acaba por lesar aquela que deveria ser a base do próprio existir humano – a família. A tal necessidade de ter cada vez mais, exige o aumento da produção (trabalho) e, em prol disso, ele abdica do tempo com os filhos, com os pais, com os irmãos. Os filhos crescem sem o carinho dos pais, sem apoio nas tarefas escolares, assistem às agressões protagonizadas por quem deveria ensinar o amor; e em detrimento disso recebem um dinheiro extra para o jogo novo do shopping, o celular lançado naquele mês, o notebook para conversar com os “amigos”.

Seria então a tecnologia um agravante do afastamento dos membros 
de uma família? O “sim” como resposta para esta interrogação seria inflexível demais. O mau uso das tecnologias, sim, é prejudicial à saúde familiar, uma vez que as conversas na sala com a família perderam lugar para o “papo” com os ditos amigos virtuais; os passeios do domingo à tarde são trocados por partidas de vídeo-game. Entre os irmãos, os jogos apenas aumentam a vontade de competir, gerando discussões que, quase sempre, resultam em agressões verbais ou mesmo físicas. Ou seja, a tecnologia também é um agravante da perda das relações afetivas no ambiente familiar.

Há ainda o caso dos pais, que por viverem sob tensão no trabalho, fazem dos filhos válvulas de escape, violentando-os física, sexual ou psicologicamente. Gráficos do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) evidenciam que mais de 18 mil crianças por dia são vítimas de violência no “maravilhoso” Brasil e que 80% dessas agressões ocorrem dentro de casa. Estudos científicos comprovam que o crescimento das crianças em ambientes conflituosos torna-as mais suscetíveis às infecções, doenças cardíacas, hipertensão, diabete, obesidade, depressão, dependência alcoólica e de entorpecentes, tendem a responder a pequenas ameaças de forma mais agressiva e a apresentar comportamentos sexuais de risco. Já aquelas educadas em ambiente familiar equilibrado possuem facilidade para lidar com as emoções, com o autoconhecimento, para resolver problemas por meio do diálogo, as alterações hormonais começam mais tarde, de modo que seja evitado um início aturdido da vida sexual.
Por todas essas razões, alguns ainda levantam a bandeira de que uma família feliz é a base de um profissional bem-sucedido, que construirá um lar estável e saberá lidar com a educação dos filhos. São essas as pessoas que promovem a paz, o amor e o respeito, lutando para que as páginas policiais dos jornais e revistas já não tragam os dramas vividos e causados por uma mesma família; e que os seres humanos não consideram natural esse tipo de notícia e, portanto, esse tipo de tragédia que se tornou habitual nos conturbados dias da dita sociedade pós-moderna. 

Eu queria postar algo hoje, mas não consegui escrever nada digno de divulgação. Então, fui "fuçar" o computador e encontrei este texto, que comecei a escrever no primeiro período de Jornalismo, mas só nas últimas férias tive disposição (leia-se: NECESSIDADE) para finalizá-lo. Fiz alguns ajustes antes de postar... E aqui está! Às vezes, tenho a sensação falar sempre do mesmo tema - o amor e suas "variações". Seja porque falta, seja porque sobra. O fato é que o Amor estará sempre entre meus temas preferidos. É que as pessoas tem o triste costume de se comover com um filme, com os problemas de um conhecido, com as mazelas da África; no entanto, esquecem que no quarto ao lado sua mãe dorme chateada por não ter ouvido um simples "boa noite" ... E, assim, os dias vão passando...




P.S.: Estou criando coragem pra divulgar o blog. Só falta um pouquinho!!! =$

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Motivos do Nem Tão Longe

Eu nunca falei no blog sobre os motivos para a criação do Nem Tão Longe. Mas nunca é tarde, né? 

A pressão dos amigos existe há um tempo, há quase dois anos, quando JORNALISMO foi a opção marcada na inscrição do vestibular. Com a aprovação, a cobrança tornou-se algo mais frequente. A minha resposta era sempre a mesma: Ah, gente, eu ainda não me sinto preparada.
O Nem Tão Longe é, pra mim, a melhor forma de exercício daquilo que aprendo e vivo dia após dia na bendita UFMA. E exercitar é um ótimo caminho para aprender. Contudo, aqui, pretendo não só tentar fazer matérias jornalísticas. Quero também expor um ou outro texto de meus momentos de tensão, de alegria, de emoção; mostrar minhas músicas preferidas; falar de minhas leituras e descobertas; e, claro, treinar a escrita. 
Sobre o nome... Devo ter falado em algum lugar... Nasceu enquanto eu ouvia  "A Montanha" de Engenheiros do Hawaii:

"Nem tão longe, que eu não possa ver.
Nem tão perto, que eu possa tocar.
Nem tão longe, que eu não possa crer que um dia chego lá. 
Nem tão perto, que eu possa acreditar que o dia já chegou..."

É uma canção que tem muito de mim. Esse trecho me traz a ideia de que da realização de nossos desejos não está nem tão longe nem tão perto quanto parece. A expressão "nem tão longe", num contexto mais jornalístico, traz a ideia de que tratarei no blog de fatos ocorridos aqui mesmo - as novidades, os eventos, os problemas de São Luís, do Maranhão, do Brasil. Num contexto mais poético, me faz pensar nas coisas que acontecem aqui pertinho, dentro da minha mente... 

 
  
Se, hoje, for questionada sobre divulgar meus textos, minha resposta será a mesma, ainda com a criação do blog. Talvez, daqui a trinta cinquenta anos, eu tenha resposta diferente e até mesmo diga que, sim, eu estou preparada. Mas, agora, eu sou apenas uma estudante, uma aspirante... Uma admiradora daqueles que, após tanto tempo praticando, são considerados gênios do jornalismo, da literatura e das áreas afins. Então, eu só posso tentar, aprender, estudar e escrever, ler, escrever, ler...

Até a próxima!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O Sonho

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja aquilo que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida.
E, nela, só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades
que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.
(Clarice Lispector)

                E que seja hoje, enquanto há sol.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Hey, Mãe!

Nove de abril de dois mil e dez, segundo domingo de maio, o tal Dia das Mães.
Sinto cada vez mais que as coisas mudaram...

Quando criança, o Natal é esperado como um dia de paz. A virada do ano é a promessa de uma vida melhor. O carnaval é, realmente, tempo de festa pra uns e descanso pra outros. A Páscoa? A Páscoa tem um "quê" de data séria, mas, no fundo, no fundo, criança quer mesmo é muuuito chocolate. Entre outros feriados pós Semana Santa, chega o Dia das Mães... Criança não costuma encarar como feriado, porque é domingo mesmo. Então, ser ou não feriado não faz muita diferença... Mas esse dia é aguardado e guardado pela criança para homenagear aquela pessoa que tanto a ajudou. O filho mais novo passa a semana inteira pedindo que o pai não esqueça de comprar aquela jóia para mãe e aquele perfume para a vovó, porque elas são as rainhas das vidas deles. E só sossega quando tem os presentes embrulhados e escondidos em algum lugar da casa. Já o filho mais velho, sai sábado à noite, chega às cinco da manhã do domingo, sequer acorda cedo pra tomar café com a mãe e ainda reclama quando o pai lembra que o almoço é no sítio dos avôs... Mas por que toda essa mudança, se um dia ele fez tudo o que o irmão está fazendo?
O fato é que quando se cresce a magia de algumas coisas é perdida. Todo o encanto de algumas datas comemorativas, por exemplo, pra onde foi? Hoje, Dia das Mães. Família reunida teve. Presentes também. Aquele almoço. Aquela oração. A tia chata. O tio contador/ criador de histórias. Mas por que não vejo mais esse dia como via há dez, cinco anos? Todos os chamados “problemas de família” não existiam? Pensando muito bem, concluo que sim. Mas se já existiam o que torna os encontros de família cada vez menos esperados? Penso que a adolescência carrega consigo aquele ar de desconfiança, de interrogações... A criança crescida quer então entender o porquê de uma intriga entre tios, do choro escondido da mãe, das brigas frequentes dos pais, da diminuição da mesada, das férias prolongadas do pai, do verdadeiro motivo da separação do tio... Quando entramos nessa fase mil indagações são feitas. E muitas vezes feitas para pessoas “erradas”, o que pode resultar em respostas indevidas / incorretas / absurdas e, claro, em terríveis conclusões.
É na adolescência que muitas dúvidas são esclarecidas e muitas mentiras são desvendadas. O que pode acarretar jovens revoltados ou “simplesmente” desacreditados. É como se, de repente (ou não tão de repente assim), o mundo deixasse de ser cor-de-rosa. É na adolescência também que o jovem, enquanto estudante e ser social, tem à sua frente o tão temido vestibular. Ele descobre, aqui, que existem mais pessoas com intenções ruins do que imaginava. É nessa fase também que conhece o cruel mercado de trabalho. Ele descobre uma sociedade problemática, massacrada por um sistema e à mercê da própria sorte. Ele começa a caminhar sozinho... Esperou tanto por esse dia... Mas, hoje, nota que era bem melhor quando podia apertar a mão do pai quando ficava com medo do elevador. Passa a olhar com os próprios olhos pessoas que sobrevivem de restos de comida, roupas, panelas... Ele vê que, agora, ou começa a construir um profissional ou terá um futuro nada brilhante. Percebe que não poderá contar com quem mais apoiou... Que não deveria ter confiado tanto em alguém.. Que "as nuvens não eram de algodão.../que os ventos, às vezes, erram a direção", como musicou Humberto Gessinger. Ele deve se sentir na "Terra de Gigantes " também do "Engenheiro":

♪♫♪“...Hey mãe!
Eu tenho uma guitarra elétrica.
Durante muito tempo isso foi tudo
Que eu queria ter.
Mas, hey mãe!
Alguma coisa ficou pra trás.
Antigamente eu sabia exatamente o que fazer...
...Mas, hey mãe!
Por mais que a gente cresça,
Há sempre alguma coisas que a gente
Não consegue entender...”♪♫♪

A juventude é mesmo uma fase de muitas quedas, fase de desmascarar muito do que foi omitido por toda a vida. Então, a partir daí, já não importa tanto se a mãe preparou ou não aquela deliciosa torta de chocolate, brigadeiros e refrigerante, e chamou os amigos para comemorar o aniversário de 17 anos. Se houver festa, ele brinca, sorri... Mas caso nada aconteça ele tinha mesmo que adiantar o conteúdo de química. Afinal, só faltam alguns meses para o vestibular. E aqueles amigos nem são tão amigos assim... (Ele esquece que foi com essas pessoas que comemorou 16 aniversários...). E, assim, todas as datas vão perdendo o brilho que tinham nos velhos e bons tempos de infância... À noite, antes de dormir, a mente o leva longe. Ele queria acordar e enxergar o mundo com os mesmo olhos de quanto tinha nove anos, mas isso não é possível. E pelo andar da carruagem nunca será. Não que ser adulto signifique ser infeliz, não acreditar, não sonhar. Mas a amadurecimento  geralmente torna as pessoas cautelosas. E cautela excessiva costuma impedir atos impensados / impulsivos. O que pode privar alguém de dias felizes, mas pode evitar frustrações...
Acontece que o Natal não tem mais toda aquela emoção, que a homenagem de Dia das Mães já não é preparada com ansiedade e amor, que não existe mais Dia das Crianças nem Papai Noel. Que o aniversário é um dia de aula, de trabalho quase que como outro qualquer... O que há, agora, são responsabilidades, responsabilidades e responsabilidades. É tempo curto e atividades excessivas. São verdades dolorosas e mentiras necessárias. Todo esse blá, blá, blá em torno da importância das datas comemorativas é uma tentativa de mostrar que a mudança ocorre no todo. A metamorfose acontece no modo de ver e viver o mundo e as coisas deste mundo. Quando se tem seis anos é fácil sentir medo da imagem abaixo:


Para um adulto, a imagem de um chapéu. Para uma criança, um elefante engolido por uma jibóia. Como traz Antoine de Saint-Exupéry, n’O Pequeno Príncipe.

Quando se é criança até plantar feijão no algodão mexe com o imaginário da gente. Olhar as nuvens no céu nos faz enxergar objetos que somente são visíveis aos olhos de alguém com alma de criança. Mas, claro, crianças são crianças. Elas têm tempo livre, não viveram tantas decepções. A intenção aqui não é que se viva num mundo de fantasia. Contudo, é mesmo impossível “acreditar por um instante em tudo que existe; e acreditar que o mundo é perfeito, que todas as pessoas são felizes...”? Todo ano será a mesma coisa? É tão difícil assim ser dizer que ama e amar a família? É tão complicado ser feliz na simplicidade? É de fato necessário que se ganhe mais dinheiro?
Como diz Renato Russo, nesta mesma canção:

♪♫♪“Quem me dera
Ao menos uma vez
Provar que quem tem mais
Do que precisa ter
Quase sempre se convence
Que não tem o bastante...” ♪♫♪

A menos que "ter mais" seja ter mais amor, carinho, momentos de paz, cultivar amizades, ajudar pessoas, buscar ser mais enquanto gente... Enfim, semear amor e vida, concordo plenamente com o poeta.


O meu pensar, misturado aos fatos da vida juvenil...
Talvez não tenha saído com a ideia inicial,
mas fica a mensagem...
Aquela que procuro firmar por onde quer que eu passe:
Amor. Amor ao próximo.

Até mais! (:

sábado, 1 de maio de 2010

Coração de Estudante

Composição: Wagner Tiso / Milton Nascimento
 
Quero falar de uma coisa...
Adivinha onde ela anda.
Deve estar dentro do peito
Ou caminha pelo ar...
Pode estar aqui do lado,
Bem mais perto que pensamos.
A folha da juventude
É o nome certo desse amor.
Já podaram seus momentos,
Desviaram seu destino.
Seu
sorriso de menino
Quantas vezes se escondeu.
Mas renova-se a esperança
Nova aurora, cada dia.
E há que se cuidar do broto,
Pra que a vida nos dê
Flor e fruto.
Coração de estudante!
Há que se cuidar da vida.
Há que se cuidar do mundo.
Tomar conta da amizade,
Alegria e muito sonho,
Espalhados no caminho
Verdes, planta e sentimento
Folhas, coração,
Juventude e .



 

















Ao fim de cada dia corrido, recordações me vem à mente...
São lembranças, por vezes vagas, dos tempos de pureza inocência .
 Tempos em que a movia os passos.
Tempos em que as poucas amizades eram como um tesouro.
Em que se ria com quem era, verdadeiramente, Amigo.
 Em que a esperança nunca tinha fim...
A canção desperta, em mim, o desejo de voltar àqueles tempos,
De resgatar sonhos deixados pelo caminho,
De ter , para mover cada um desses sonhos,
De plantar uma nova semente e cuidar desta.
E, claro, de nunca perder a esperança.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

A cinquentona brasileira e o herói esquecido

Nascia, há 50 anos, a primeira capital planejada do Brasil. A idéia inicial era de interiorização da capital brasileira e surgiu em meados do século XVIII, durante a época pombalina. Com a chegada da família Real em 1808 ao Rio de Janeiro, o assunto foi retomado. Em 1891, a região (Estado de Goiás) onde seria construída a cidade foi definida na primeira Constituição da República, mas somente com a eleição de Juscelino Kubitsheck, em 1956, foram iniciados os trabalhos em prol da instalação da cidade planejada sob a coordenação urbanística de Lúcio Costa e arquitetônica de Oscar Niemeyer.


Um dos mais importantes projetos urbanísticos-arquitetônicos da história, Brasília tornou-se Patrimônio da Humanidade em 1987. Foi extremamente importante para a integração econômica e social da região Centro-Oeste ao país. Contudo, o título de grande cidade tem seus ônus: problemas de habitação, emprego, saneamento, segurança, trânsito. Isso, porque a cidade foi planejada para receber 500 mil habitantes; entretanto, em 2000 o IBGE indicou 2.051.146 habitantes. Então, não há motivo pra se assustar com o crescimento dos índices de violência e desemprego. Esses problemas são apenas conseqüência do crescimento desenfreado da capital brasileira...


Ao longo desses 50 anos, Brasília foi palco de inúmeras manifestações. E, hoje, não poderia ser diferente, para celebrar o aniversário: festa, música, esporte e até protestos contra a corrupção, com os monumentais palácios desenhados pelo arquiteto Oscar Niemeyer como cenário de fundo."Brasília, 50 anos, e para celebrar soltaram o bando", dizia um grande cartaz exibido por um grupo de pessoas na Esplanada dos Ministérios.




As comemorações na capital brasileira ofuscaram a razão do feriado nacional de 21 de abril - Dia de Tiradentes. Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, um herói nacional,mártir da Inconfidência Mineira,Patrono Cívico da Nação brasileira, da Odontologia e da Polícia Militar, enforcado e esquartejado em 21 de abril de 1792. A imagem é a obra "Tiradentes Esquartejado", de Pedro Américo(1843-1905). Deve ser mesmo mais simples para quem se diz brasileiro comemorar o aniversário de uma cidade que, como tudo neste país, não fuciona tão bem quanto se esperou... E fingir estar tudo certo... Omitir as mazelas e calar diante das injustiças...

 

Um dia importante para a história brasileira. Um dia inteiro dentro de casa... Talvez seja hora de dar a cara a tapa e começar a praticar. Após muito adiar, aqui começo a engatinhar. Este é, pra mim, o melhor termo a ser usado. A caminhada vai ser longa e começa de joelhos no chão. Depois, virão os passos sem muito equilíbrio. E talvez, um dia, passos firmes... O fato é que é hora de começar, de tentar, de caminhar...
Até mais!! ;)